terça-feira, 22 de março de 2016

Um celular sólido e relações líquidas

 
 Desde a Primeira Revolução Industrial, o mundo vivencia grande desenvolvimento tecnológico. Atualmente, rumo à Quarta Revolução, o ritmo dos avanços é ainda mais frenético. Uma das mais consagradas invenções é o telefone celular, que, com sua multifuncionalidade, tornou-se essencial na vida de muitos. No entanto, além da praticidade e outros inúmeros benefícios, o uso abusivo dos celulares traz também graves consequências de dimensões tanto individuais quanto coletivas.
     Assim como na obra 1984, de George Orwell, em que a teletela controla o cotidiano da população, sendo impossível desligá-la ou desvincular-se dela, os aparelhos celulares também têm feito vários "reféns". Grande parte da população tornou-se totalmente dependente do dispositivo e, portanto, se sente angustiada quando se vê sem um aparelho de comunicação móvel. Tal dependência é denominada Nomofobia (nomo, vem de 'no mobile', que significa em português, sem aparelho de comunicação móvel) e atinge muitas pessoas que nem mesmo estão cientes da existência dessa nova fobia.
"Eu gosto de estar com pessoas que me fazem
esquecer de olhar para meu celular"
     A submissão aos celulares talvez se dê pelo medo da solidão. Entretanto, essa é uma relação bastante contraditória, uma vez que o uso excessivo desses aparelhos tem trazido ainda mais isolamento. Os relacionamentos estão cada vez mais frios e voláteis e muitas vezes ocorrem apenas no plano virtual. O filósofo Zygmunt Bauman defende em sua obra "Amor Líquido" a ideia de que as pessoas estão sendo tratadas como bens de consumo, assim, caso haja defeito, descarta-se ou troca-se por uma versão mais atualizada. Dessa forma, as relações com os celulares tornam-se mais sólidas e as relações entre as pessoas cada vez mais líquidas, prevalecendo o individualismo.
     O aparelho celular traz diversos benefícios e praticidade ao cotidiano das pessoas, além de facilitar a comunicação entre as diversas partes do mundo. Porém é preciso ter cuidado para que seu abuso não prejudique as relações sociais. Nos melhores e piores momentos não são os celulares ou as relações virtuais que criamos por meio deles que vão vibrar com nossas alegrias ou oferecer-nos o ombro para chorar nas horas tristes, mas sim as pessoas "em carne e osso" que estão ao nosso redor. Há momentos únicos que só os amigos ou a família podem nos proporcionar e nenhum aparelho celular pode substituir.


2 comentários:

  1. Grandeza Michelle....o seu coração!
    Sabendo quão real essa avassaladora atitude/dependência humana à máquina,sabido é, ou esquecido é ,que somos movidos de calor e não de bateria . Mas esse vírus da dependência facilita o homem se recolher ao casulo da conveniência.
    Parabéns Mi.....vc é uma menina de ouro!
    RosyCardoso

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  2. Grandeza Michelle....o seu coração!
    Sabendo quão real essa avassaladora atitude/dependência humana à máquina,sabido é, ou esquecido é ,que somos movidos de calor e não de bateria . Mas esse vírus da dependência facilita o homem se recolher ao casulo da conveniência.
    Parabéns Mi.....vc é uma menina de ouro!
    RosyCardoso

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