domingo, 8 de maio de 2016

Dia das mães no parque


   Era uma tarde de domingo quando saí com minha mãe, meu avô e minhas cadelinhas para dar uma volta no parque. O passeio acabou sendo tão inspirador que resolvi escrever uma crônica.
   Estava um lindo dia e a atmosfera do parque era leve. Tantas famílias se divertindo, andando de pedalinho no lago, mães fazendo piquenique com seus filhos, cachorrinhos com seus donos, pessoas vendendo pipoca, picolé, churros e água de côco, crianças brincando de bola... Após andarmos um pouco, meu avô, que não gosta muito de andar, quis logo se sentar no primeiro banco disponível que viu. Nos sentamos e ficamos observando as pessoas ao redor enquanto comíamos as uvas que havíamos levado.
   Ao olhar a paisagem e as pessoas ao meu redor, percebi quanta felicidade havia naquele lugar. Eram pessoas das mais diversas classes sociais em um mesmo ambiente, cada uma fazendo algo diferente, mas todas felizes. Enquanto havia famílias passeando, havia outras trabalhando. No entanto, não pude observar alguma feição de desprazer ou amargura pelo que estavam fazendo. Era um lugar democrático onde havia união e paz entre todos, sejam aqueles em momento de lazer ou de obrigação.
   Apesar do clima de tranquilidade no local, não pude deixar de notar uma viatura da polícia militar estacionada no meio do parque. Não tenho certeza se toda aquela paz seria possível caso os guardas não estivesse lá. Infelizmente, o parque, que deveria ser um lugar ameno de lazer para todos, está cada dia mais violento, com assaltos ocorrendo frequentemente. É bastante lamentável a atual situação da sociedade goiana, que precisa da presença da polícia para que os cidadãos possam ter tranquilidade em um parque público.
   Após cerca de meia hora, resolvemos fazer o caminho de volta para casa. Paramos para tomar água de côco no caminho e me vi em uma situação que me deu esperança na humanidade. Ao pagar pelos cocos, não notei que faltava um real de troco. No entanto, assim que percebeu, a dona da barraquinha me devolveu o dinheiro que faltava. Apesar de ser uma situação teoricamente normal, chamou minha atenção pela honestidade da mulher, algo que infelizmente não vemos todos os dias. Aquele um real poderia passar desapercebido por mim e ela lucraria um pouco mais, mas ela me devolveu, pois simplesmente sabe que não é correto roubar. Sim, por menor que seja o valor, é um roubo, mas que muitos o comentem como se fosse a coisa mais normal do mundo.
   Em contraposição à toda a violência na sociedade brasileira, especialmente em Goiânia, existem pessoas do bem que trabalham com dignidade para conquistar seus bens e crescer na vida. Pessoas assim me dão a esperança de que algum dia teremos uma sociedade melhor, mais unida, honesta e harmoniosa. As políticas governamentais de educação são essenciais. Porém, devo destacar a educação que vem de casa, aquela dada pelos pais, que independe da classe social ou da condição financeira, mas que determina o tipo de cidadão que a criança se tornará no futuro.
   Aproveito o dia de hoje para parabenizar à todas as mães pelo papel essencial que exercem na vida de seus filhos. Elas abrem mão de tantas coisas e sonhos, pois seu maior sonho passa a ser ver seus filhos crescerem e e terem um futuro brilhante. São tantas noites de sono perdidas e tantos sacrifícios que fazem por nós que elas merecem todo o respeito e amor do mundo. O carinho, amor, dedicação e  educação dados por nossas mães determinam quem somos e, por isso, sou eternamente grata pela mãe extraordinária que tenho. Obrigada, mãe, por tudo que já fez e vem fazendo por mim. Amo você incondicionalmente. Feliz dia das mães!

terça-feira, 22 de março de 2016

Um celular sólido e relações líquidas

 
 Desde a Primeira Revolução Industrial, o mundo vivencia grande desenvolvimento tecnológico. Atualmente, rumo à Quarta Revolução, o ritmo dos avanços é ainda mais frenético. Uma das mais consagradas invenções é o telefone celular, que, com sua multifuncionalidade, tornou-se essencial na vida de muitos. No entanto, além da praticidade e outros inúmeros benefícios, o uso abusivo dos celulares traz também graves consequências de dimensões tanto individuais quanto coletivas.
     Assim como na obra 1984, de George Orwell, em que a teletela controla o cotidiano da população, sendo impossível desligá-la ou desvincular-se dela, os aparelhos celulares também têm feito vários "reféns". Grande parte da população tornou-se totalmente dependente do dispositivo e, portanto, se sente angustiada quando se vê sem um aparelho de comunicação móvel. Tal dependência é denominada Nomofobia (nomo, vem de 'no mobile', que significa em português, sem aparelho de comunicação móvel) e atinge muitas pessoas que nem mesmo estão cientes da existência dessa nova fobia.
"Eu gosto de estar com pessoas que me fazem
esquecer de olhar para meu celular"
     A submissão aos celulares talvez se dê pelo medo da solidão. Entretanto, essa é uma relação bastante contraditória, uma vez que o uso excessivo desses aparelhos tem trazido ainda mais isolamento. Os relacionamentos estão cada vez mais frios e voláteis e muitas vezes ocorrem apenas no plano virtual. O filósofo Zygmunt Bauman defende em sua obra "Amor Líquido" a ideia de que as pessoas estão sendo tratadas como bens de consumo, assim, caso haja defeito, descarta-se ou troca-se por uma versão mais atualizada. Dessa forma, as relações com os celulares tornam-se mais sólidas e as relações entre as pessoas cada vez mais líquidas, prevalecendo o individualismo.
     O aparelho celular traz diversos benefícios e praticidade ao cotidiano das pessoas, além de facilitar a comunicação entre as diversas partes do mundo. Porém é preciso ter cuidado para que seu abuso não prejudique as relações sociais. Nos melhores e piores momentos não são os celulares ou as relações virtuais que criamos por meio deles que vão vibrar com nossas alegrias ou oferecer-nos o ombro para chorar nas horas tristes, mas sim as pessoas "em carne e osso" que estão ao nosso redor. Há momentos únicos que só os amigos ou a família podem nos proporcionar e nenhum aparelho celular pode substituir.


domingo, 20 de março de 2016

Dia Internacional da Felicidade


     Poucos sabem que hoje, 20 de março, é o Dia Internacional da Felicidade. A data foi instituída em 2012 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de promover reflexões sobre a importância de ser feliz para o convívio pacífico entre os povos no mundo.
     A inspiração para a criação da data foi a iniciativa do Butão, que desde 1972 adota como estatística oficial o FIB (Felicidade Interna Bruta) ao invés do PIB (Produto Interno Bruto). O país acredita que a qualidade de vida da população transcende os aspectos econômicos e, portanto, realiza análises culturais, psicológicas, ambientais e espirituais para avaliar o desenvolvimento da nação.
     Nesse sentido, resolvi aproveitar a data para refletir sobre a felicidade, esse estado de espírito tão almejado por todos. Fazendo um flashback de um texto sobre a Felicidade que escrevi em 2012, vou relembrar algumas coisas que disse então, mas que ainda são completamente verdadeiras para mim.
     É importante lembrar que a felicidade pode estar não somente em momentos grandiosos, mas também nas situações mais simples. Uma conversa entre amigos, um almoço de família, assistir a um filme debaixo das cobertas comendo pipoca... Cada um sabe os passos para ter pequenos momentos de felicidade, que nos ajudam a lidar com as tensões do cotidiano. Esses momentos fazem com que possamos levar a vida mais leve e são essenciais para nosso bem estar.
     Além disso, devo acrescentar que a felicidade está intimamente ligada ao coletivo. Estar próximo de pessoas que amamos, mesmo que não fisicamente, é fundamental para nos sentirmos felizes. Nesse sentido, posso dizer que a felicidade é contagiante, pois quando estamos felizes, muitas vezes deixamos alegres as pessoas a nossa volta. Portanto, a vida em comunidade está bastante associada à felicidade e assim, a manutenção de relacionamentos saudáveis contribui para a felicidade. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Intercâmbio cultural: uma experiência inesquecível

Queridos leitores, peço desculpas pelo longo período que passei sem postar. Hoje vou escrever sobre uma experiencia inesquecível, porem não muito recente. No entanto, as lembranças ainda estão bastante vivas em minha memória e tentarei expressá-las aqui da melhor maneira possível. 


     Em julho de 2015, embarquei rumo à Inglaterra em uma das viagens mais marcantes da minha vida. Fomos minha prima Nicole e eu encarar essa aventura de fazer nossa primeira viagem internacional sozinhas. Não tem como negar que nossos pais ficaram "com o coração na mão" até chegarmos ao nosso destino e avisá-los que estávamos a salvo, mas temos que admitir que tiramos de letra hahaha.
     Após encontrarmos o pessoal da escola que nos aguardava no aeroporto, pegamos um ônibus rumo à Downside School, o colégio onde moraríamos por um mês, que fica em uma cidade chamada Bath. Jamais pensei que sentiria mais calor na Inglaterra do que no litoral brasileiro, mas nunca passei tanto calor quanto naquele ônibus sem ar condicionado e ainda vestindo roupas quentes (por causa do frio do avião). Deixando o calor de lado, conhecemos alguns colegas no caminho para a escola. Macar, um garotinho de 12 anos que coleciona moedas e tem um sotaque muito fofinho; e a Lana, uma menina russa bastante simpática. As outras pessoas do ônibus não foram tão simpáticas assim, mas nos conhecemos melhor ao longo do mês.
     Chegamos à escola e ficamos encantadas com a arquitetura do prédio, que se parece muito com Hogwarts dos filmes do Harry Potter. Escolhemos a escola justamente por causa disso, mas a sensação de estar lá dentro é incrível e realmente me senti dentro de um filme. Após deixarmos as bagagens nos quartos, conhecemos algumas meninas no nosso dormitório. Kornelija e Ruta da Lituânia e Marina, brasileira, se apresentaram e imediatamente ficamos amigas. Mal sabíamos que elas se tornariam nossas melhores amigas e pessoas tão especiais para nós. Logo nos chamaram para o "Supper". Era 18h então pensei que seria um lanche da tarde, porém serviram uma comida esquisita e apimentada que não se parecia nada com lanche. Comemos só um pouquinho esperando pelo jantar mais tarde, porém descobrimos que aquela era a única refeição que teríamos até o dia seguinte. Depois de varias tentativas fracassadas de arranjar comida ou pelo menos leite, tivemos que dormir e esperar pelo café da manhã.
      Devo dizer que não comemos muito bem durante essas quatro semanas. Basicamente vivemos de cookies que comprávamos na lanchonete, feijão com ketchup,  batata frita de saquinho e Fish & Chips às sextas-feiras. Ah, e salada, que ficava até gostosa com o molho, inclusive melhor que a pizza que nos serviam. O café da manhã era a refeição mais normal, então aproveitávamos para comer bastante, pois não sabíamos que tipo de gororoba nos esperava mais tarde.
     No dia seguinte, fizemos um teste de nível e fomos designados para nossas turmas. Fiquei em uma ótima turma e adorei meus colegas de classe e meus professores. Lembro bem do nosso professor Adam falando "You can give yourselves a pat on the back because you are in the advanced group!" (Vocês podem dar um tapinha nas costas de vocês porque estão na turma avançada!). Ele é o típico britânico alternativo. Nasceu em Liverpool, toca violão, tem um cabelo comprido e anda descalço para todo lado, inclusive na sala de aula. Tinhamos também o Mitesh, nosso professor com cara de indiano, muito divertido. As aulas dele pareciam mais stand up comedy e saíamos de lá com a barriga doendo de tanto rir. Os professores eram trocados toda semana e infelizmente tivemos somente uma semana de aula com Mitesh. Mas tivemos também ótimos professores que entraram depois.
      Os colegas de classe eram de diversas nacionalidades e a cada semana chegavam novas pessoas e saiam outras. Alguns deles se tornaram meus melhores amigos e nos falamos bastante até hoje. Criamos o Mafia Group, que demos esse nome por causa do Luigi que mora na Sicilia, conhecida pela mafia italiana e também porque gastávamos de jogar Mafia (um jogo mais conhecido como Killer ou Detetive aqui no Brasil) todos os dias. Os componentes da Mafia eram eu, Nicole; Sandra, nossa amiga polonesa que tem alergia a praticamente tudo; Luigi, o Godfather da Mafia; Pou, o cara da monosselha iraniano mais engraçado do planeta; Marina, a brasileira que o Pou adorava irritar; Claudia, nossa irmãzona italiana e Julia, outra polonesa fashion que se juntou ao grupo. Tinhamos até um ponto de encontro no gramado conhecido como Mafia Meeting Point, onde nos encontrávamos todos os dias para ficarmos deitados na grama conversando e ouvindo música. A Mafia não era exatamente uma "sociedade secreta",  tinhamos outros amigos de vários lugares e foi ótimo poder ter contato com tantas culturas diferentes. Nick, Malika, Emma, Fedor, Guillaume, Jacobo, Margherita... Conheci tantas pessoas legais e gostaria de falar de cada uma delas aqui, mas se fizer isso vou passar uns dois dias escrevendo. 
     O Mafia Group foi "oficialmente formado" apenas nas duas últimas semanas. Nas duas primeiras, passamos a maior parte do tempo com as International Besties. Kornelija, Ruta, Marina, Chiara (a italiana mais alto astral), Nicole e eu éramos como as personagens daquele filme Quatro Amigas e um Jeans Viajante, só que no caso éramos seis. Até compramos pulseiras e selamos nosso pacto de amizade com cookies e chocolate quente. As amizades que fiz são muito fortes e especiais. Alguns amigos foram embora antes de nós e foi só a choradeira. Porém as despedidas sofridas fizeram parte da experiência e me ajudaram a me tornar mais forte para enfrentar situações como essa. Graças ao Sir Timothy John Berners-Lee, que inventou a internet e todos os outros criadores de redes sociais (muito obrigada aí, galera), ainda posso manter contato com as pessoas incríveis que conheci.
     Foram tantos acontecimentos durante esse mês, tantos lugares diferentes, culturas, conhecimento e até aulas e passeios chatos, mas que ficaram guardados em minha memória como momentos maravilhosos por causa das pessoas especiais que estavam ao meu lado. Sou muito grata por ter conhecido tantos amigos incríveis e por ter vivido tempos inesquecíveis ao lado deles. Lembrando que tudo isso só foi possível devido à lingua inglesa, que possibilitou nossa comunicação, então valeu aí Inglês!
      O valor de um intercâmbio cultural é imensurável. Muito além do conhecimento linguístico adquirido durante a viagem, a convivência com pessoas de diversas nacionalidades, que têm costumes e pensamentos diferentes é o bem mais valioso trouxe para casa. É uma experiência que abre a mente e sem dúvida voltei como uma nova pessoa, mais madura, independente, mais aberta a novas ideias e com uma enorme bagagem cultural. Acredito que seja uma experiência pela qual todos deveriam passar, então se alguém tiver a oportunidade, não a deixe escapar pois garanto que não irá se arrepender.
     O mês que passei em Bath, UK foi repleto de acontecimentos e emoções. Porém, são tantos que não conseguirei escrever tudo aqui. No entanto, tenho um diário de viagem no qual escrevi tudo que se passou durante a viagem e quem sabe eu possa compartilhar outros momentos aqui com vocês algum dia. Espero que tenham gostado e não se esqueçam de deixar seus comentários. :) 


Note to foreign friends

     As the translation tool doesn't work very well, I've decided to write a bit in English so that my beloved friends can understand it properly.

     Well, I want to say that this experience was amazing, unique and unforgettable due to the people I met. It wouldn't be the same without you guys and everything that we lived and learned together. We've learned how to respect and deal with different cultures, besides enjoying each other's company. You made lying on the grass so fun and special and visiting boring attractions in a cave even interesting. Projects were more pleasant to do and shopping was a lot more delightful with you. I want to thank you for the memorable moments. I also want to thank fate for putting you guys in my life. I'm so glad I met you and I hope our friendship strengthens through the years.
     I'm looking forward to see you guys again, but until it happens, at least we have Skype in our favor.
                                                                                 With love,
                                                                                                  Michelle