segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A "Evolução" Cultural

O texto a seguir foi uma atividade para uma aula de filosofia em que fazíamos reflexões sobre a arte, cultura e estética. Gostei bastante do que escrevi e resolvi postar aqui minhas reflexões. Espero que gostem e deixem seus comentários.


A arte possui um conceito extremamente amplo. Durante seu caminho de ampliação, são encontrados dois posicionamentos opostos: alguns defendem a ideia de que a arte deve ser pura, sem relação com circunstâncias históricas, sociais, políticas ou econômicas; enquanto outros, defendem que a arte tem um compromisso crítico com a sociedade, de forma a se posicionar para alertar as pessoas para uma realidade de injustiças e opressão.
Analizando essas duas posições, penso que cada manifestação artística se enquadra em algum desses posicionamentos. Assim, acredito que não seja possível defender um deles separadamente, pois eles se complementam.
Atualmente, é possível perceber que certos tipos de arte são restritos à poucas pessoas. Para compreender esse fato, é necessário voltar um pouco no passado.
Na década de 1930, o filósofo  Walter Benjamin analisava a relação entre a arte e a sociedade no mundo. Diante do nazi-fascismo emergente na Europa e da esperança de uma Revolução Comunista, a arte sofreu intensas mudanças. Nesse período, a arte tinha como objetivo tocar as paixões mais primitivas do homem como a guerra, colocando-a como um espetáculo artístico, porém, restrita à poucos. Dessa forma, havia a esperança socialista, um sonho de liberdade e democratização da cultura, ou seja, acesso para todos, inclusive trabalhadores, à todas as formas de manifestações artísticas.
Contudo, com o fim da Segunda Guerra e do nazismo, surge a chamada "cultura de massas", existente até os dias de hoje. Não houve a sonhada democratização da arte, mas uma massificação dela para um consumo rápido. Foram impostos padrões de beleza e uma cultura de consumo exacerbado por meio das propagandas nos meios de comunicação. Assim, a arte foi desvirtuada, tornando-se reprodutiva e repetitiva, passando a obedecer padrões de mercado e consumo.
Ainda hoje podemos perceber que a arte não foi democratizada. Há uma divisão entre a "elite culta"e a "massa inculta" criada pela indústria cultural, que cria a ilusão do acesso de todos à cultura e arte. O que hoje é oferecido ao que chamamos de "massa" é uma cultura fútil e superficial. É necessário uma maior valorização da arte em geral para que toda a população tenha acesso à verdadeira cultura. O governo precisa tomar iniciativas de cunho cultural como a realização de exposições, peças teatrais e concertos, ressaltando que os ingressos precisam ser gratuitos para que todos possam ter acesso. Somente com acesso à verdadeira arte, teremos uma sociedade mais educada, pensante e culta, o que nos leva a compreender o porquê da pouca valorização da arte que o governo atual (corrupto) brasileiro.

4 comentários:

  1. Michelle,
    Adorei seu texto, a arte é também educação, pena que não é vista assim no Brasil.
    Gostei também do corrupto entre parênteses.
    bj
    Fabio

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  2. Michelle,

    Adoro sua visão sobre a arte, e sobre a vida, vamos torcer para que nossos governantes algum dia pensem pelo menos um pouco dessa forma. Continue escrevendo textos para que você promova mudanças pequenas, mas contínuas na cabeça de seus leitores. Parabéns!!

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    Respostas
    1. Obrigada! Conseguir influenciar pelo menos algumas pessoas a pensarem de forma diferente das massas é meu objetivo.
      Bjo

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